quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Gramado 2011: impressões

Iniciado na última sexta-feira com a exibição fora de competição de "O Palhaço" (segundo longa-metragem dirigido por Selton Mello e devidamente reportado pelo Magazine durante o Festival de Paulínia, em julho), a 39ª edição do Festival de Gramado segue até o próximo sábado com a tradicional dobradinha de filmes brasileiros e latinos. Neste ano, há produções do México, Uruguai, Colômbia, República Dominicana, Chile e Argentina.

Porém, até o momento, algo bastante incômodo vem acontecendo. Dois dos longas latinos foram projetados em DVDs de péssima qualidade. A justificativa da produção é que as cópias em película não chegaram a tempo para a exibição. No intuito de não ficarem de fora, os trabalhos passaram no material que havia sido enviado para a seleção. Isso pode ter prejudicado a fruição dos filmes, mas a organização de Gramado já prepara sessões fechadas para jurados e jornalistas. O público, porém, viu o que viu.

Na noite de ontem, estava prevista uma homenagem a Fernanda Montenegro, agraciada com o Troféu Oscarito. Na tarde de segunda-feira, a atriz deu uma coletiva à imprensa em Porto Alegre, onde está em cartaz com uma peça. Poucos jornalistas puderam se deslocar até a capital para falar com ela. Algumas frases circularam durante o dia de ontem, coletadas pela assessoria de imprensa do festival.

"Muitas pessoas que gosto e admiro já receberam esse troféu: Domingos de Oliveira, Paulo José, Grande Otelo e outros tantos colegas que acreditam na sua arte. Agradeço, de coração mesmo, esse prêmio", disse ela. "Sou uma atriz que ama o que faz e existem tantas outras atrizes e atores que também fazem seu trabalho com amor e porque gostam do que fazem".

O proclamado glamour do Festival de Gramado – que investe R$ 3 milhões no evento – continua forte, mesmo sob muito frio e a chuva que insiste em cair todas as noites, colocando em risco penteados, vestidos e roupas de gala no tapete vermelho. O curioso daqui é o quanto o agito não parece se transferir para dentro do Palácio dos Festivais, com seus pouco mais de mil assentos e onde ocorrem as exibições.

As sessões noturnas costumam estar razoavelmente vazias, e a recepção aos filmes raramente ultrapassa as palmas protocolares. Talvez seja o alto valor do ingresso cobrado pelo festival (em torno de R$ 100) ou simplesmente as tentações da pequena e charmosa cidade da Serra Gaúcha. Sempre há, afinal, a esperança dos turistas de toparem com algum ator ou atriz global comendo em algum restaurante, comprando chocolate ou tomando chimarrão.

*Publicado em "O Tempo" no dia 10.8.2011

2 comentários:

MM disse...

Testando aqui.

Guga Schultze disse...

Um blog pra gente ler, isso é muito bom. Acho cinema, como música, um assunto que gera discussões. Bom também. Abçs!